Citações, Música, Fotografia, Desabafos, Notícias & Opiniões de uma Lusitana em Terras da Germânia

Dienstag, Dezember 20, 2005

Um Desejo



Fotografia: Micas Dez/05


No aconchego da minha casa, faço um pedido à mais bela estrela do céu.
Quero ver pão na mesa de cada irmão.
Quero ver a esperança brilhar no olhar de cada criança.
Saúde e conforto para aqueles que sofrem.
Quero ver Luz no coração de cada um.
Sentir o amor e união entre os homens. PAZ
Para todos um mundo igual
Sim, esta seria a minha melhor prenda de Natal.

A todos que por aqui passarem, desejo um Natal de muito amor e muita paz e, que o Novo Ano de 2006 vos traga tudo aquilo que mais desejarem.
Que seja um ano de esperança e de paz para todos.
Até breve...
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Samstag, Dezember 10, 2005

Recicle Bin

Deixarei esta “casa” por um breve período. No entanto as portas estarão sempre abertas para os amigos.
Entrem sempre que vos apetecer e fiquem à vontade.
Fica um texto e um poema muito oportuno principalmente nesta época do ano, onde a hipocrisia impera, onde todos falam em solidariedade, bondade, caridade, esquecendo-se que o natal deveria ser vivido todos os dias e não apenas durante uns quantos dias de Dezembro. Onde todos ficam preocupados em consumir e, colocar debaixo de um pinheiro embrulhos coloridos e brilhantes, contudo, ocos e vazios de tudo.
Este texto e poema pertencem ao Daniel, uma pessoa que sabe o que significa a palavra "Vida" em toda a sua essência.
Peço que leiam até ao fim, para reflectir no que realmente é a essência da vida, na dádiva do amor ao próximo.
Grata Daniel, por seres o que és e como és. Não basta apenas falar, há que fazer e, tu, tu és o exemplo vivo disso mesmo.
Vale a pena parar um pouco e pensar naquilo que realmente somos e, o que andamos cá a fazer...

"Para enquadrar este texto, pensei em anexar umas fotos daqueles que - regularmente - confrontam o meu dia.
Esses que ninguém vê - debaixo da tampa dos caixotes de lixo hospitalares, tapados pelas regras internas dos hospícios, guardados nos cantos da moralidade e pudor públicos, arredados do olhar pelas éticas e deontologias criadas para proteger a própria gente humana...

Pensei em tirar umas fotos desses rostos vazios, desses corpos que apodrecem, dessa solidão de silêncio, desses cantos esquecidos das famílias ou câmaras "indiscretas"... aqui não há SIC, nem TVI... nada.

Pensei em divulgar, aos três ou quatro olhares que me visitam, o que vejo e devo calar - porque sou pago para isso, por ser guardião do cárcere no que rodopiamos diariamente e da mentira a vozes que calamos em cada acto profissional... rostos desfigurados, figuras de cera com olhar perdido algures num passado indecifrável; os pedidos para que "termine", de quem "já não aguenta mais"...

Obviamente - não posso.

Vai contra a regra não escrita - mas implícita e omnipresente - de que devemos olhar de lado quando a morte (a de dentro meus caros, não a de quem morre de pé) passa; fazer ouvidos moucos aos prantos de silêncio das periferias - casas de tradição e família abandonadas pelos jovens, encerrando os vestígios de um passado que a máquina deseja cilindrar e empurrar rapidamente para baixo da alcatifa de oblívio...

Procurei na internet... "Idosos", "Velhos", "geriatria", "escaras", "úlceras de pressão"... até em inglês.
O Google só me devolvia - regra geral - rostos sorridentes de publicidades enganosas (ou serão espectros as centenas largas que já passaram pelo meu "cuidar" nestes quase 12 anos?), desenhos surrealistas que mais que elucidar e impor a devida atitude introspectiva, nos encantam e deleitam - como se de um estado onírico e uma viagem à terra de contos de fadas se tratasse...

Assim - na falta de imagens - pinto eu a minha revolta, a minha dor, a minha angústia, o desespero face a uma parede negra - sem estrelas nem esperança - que é o estar face a face com essas caras, o inalar o seu alento morto, o seu cheiro decomposto, as súplicas que tocam batas brancas e estatutos... já não somos humanos - disso, eu e eles - fomos despojados.

Aponto o dedo a hipocrisia social - que não quer ver, que proíbe ver - o que acontece às peças desta máquina endiabrada - uma vez exaustas, drenadas até a sua ínfima essência e jogadas a um canto...

Acuso os papéis de quem executa, de quem desempenha, de quem é pago para o que quer que seja humano - cuidar, educar, decidir... autómatos nos tornamos debaixo do látego implacável do cacique obscuro que nos impele a ir em frente contra tudo o que nos dita o coração, a alma, a intuição...

Aponto e acuso-me a mim - peão deste tabuleiro de pretos e brancos nos que a humanidade não cabe nem se manifesta na sua cor garrida.
Peão que se humilha, que prefere sobreviver a custa de outro que caminha para a treva antes de se erguer e dizer não...

Eis o meu poema - meio em prosa e poesia rimada - que seria o canto de revolta que gostaria de emitir, em vez desse triste "sim" - pequenino, baixinho - como a opção de manter a aparência... "


"Escravo





Escravo…

Ouve… vê… se ouvir ainda podes, se ainda tens querer…

Quem te vela a vontade, quem te oculta a verdade? Quem?

Verdade – dizes tu?...
Morrer, digo-te eu…

Vê… como te usam, como te abusam – como se usam desculpas mil

Esquadrões cinzentos, os vencidos do tempo,
Que nada mais têm, se não ir morrendo, em vez de morrer

Mas a ti – ignorante – ainda te resta a esperança…

De que – com a verdade – não pactues nas sombras,
Com a idade – em vez de vergares
A vista se abra… vejas… e digas

Não…

Usam-te, mentem-te e cospem-te no chão…

Camas de hospital… morto para o teu nome – um número mais…
Em casas de aldeia… abandonado – com a tua velhice, insignificância, falta de dimensão…
Num lar – esse cesto de papéis velhos, todos riscados, nos quais nada mais se pode escrever … ou ler…

Não…

Mas – tudo isto te é velado…
Não o vês, “fere sensibilidades”, não concorda com o modelo que te metem pela gorja…
Não o engoles, nem com Morangos e Açúcar, estados de luz apagada, nem à frente de um pelotão…

Sabes que existe…sabes – pelas horas de visita – poucas – caras lavadas, lençóis que encobrem corpos desfigurados, carnes podres e rasgadas, olhos apagados…

E – mais…

O corpo fala – queixa-se – do teu abuso por ignorância, da pressão, de te contrariares no entusiasmo, de venderes os teus sonhos por, de nada, um quinhão…

Eu – carcereiro desta prisão imensa –dou-te pastilhas, te injecto drogas, te vendo ilusões… e tu comes, pagas, persegues – este lixo que nada te salva, apenas retarda – a podridão…

Não…

Podres, ocos, perdidos…

Atarefados em direcção a parte alguma…

Putas de Rua com manias de Estatuto – quanto custa um segundo do teu dia?
Quanto custou esse abraço que o filho, a namorada pediam?
Quanto custa a pastilha para dormir, o psicotrópico de ocasião?

Não…

Quanto vale a droga que te injectam para que sigas, para que não pares – corpo esmigalhado pelo peso e a opressão?

Não…

Quanto vale a vida, a tua, de teu filho, teu pai, primo, amigo, familiar num lar?
Quanto te pedem pelo tempo no que encaixilhas crianças nas prateleiras do pensamento lavado, da formatação?

Não…

Orgulhosos de grilhões de ouro, ou de prata, ou de bronze – consoante o que se pode… palermas ostentosos de correntes que nos prendem, nos subjugam, nos cegam e devoram nossa imensidão…

Não…

Já paraste, pensaste – para quê?
Para onde? Te levam, te mandam, te obrigam, te enganas? Para onde?...

Queres isto, queres o tempo que perdes, os sonhos que voam, a vontade que se estilhaça – em cada dia que passa – nas paredes ocas, verdades vazias, que compras preço de sangue, que vendes por fatias de nada que te levam aparte alguma… ao caixão?

Não…

Deuses ignorantes da sua natureza… celebrados pelos que criaram um cárcere como sarcasmo vivente de quem criou…

Temet gNosce

Sísifo perpétuo, Prometeu dormente, portadores de luzes veladas… quase apagadas do coração…

Não…

Quem somos? Quem fomos? De onde vimos? Que fazemos aqui?
Porque recordo – e sofro – um tempo perdido, uma luz e uma queda; porque sei que isto é verdadeira ilusão?...

Lápis Exilii

Geridos por semelhantes, vontades em decomposição – cadáveres que ainda não se precatam de ser mortos – caminhamos num vale de sombras em direcção a um único objectivo – a morte…

Nada antes, nada durante, nada depois…

Nihilum…

Condicionado – estás – ingere cinza, apreciar, gostar… nada.

Mas – talvez – um segundo de luz… de verdade… de vida…
Que uma eternidade de cativeiro, de sombras… mentira…

Realidade – nua, crua – a ilusão

Talvez…sim

Não…

Abre os olhos… e vê…

Ou

Não… "

"Daniel Almeida in Tears of Heaven"




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Donnerstag, Dezember 01, 2005

Bekonscot

E porque as crianças também devem ter voz activa na selecção e escolha dos programas de férias, chegou a vez de falar sobre Bekonscot.
Conhecida como o país de Lilliput, Bekonscot é uma aldeia que retrata a Inglaterra através de moldes.
Não será correcto chamar uma “Inglaterra dos Pequeninos” uma vez que poderia induzir o leitor em erro, fazendo uma eventual comparação com o “nosso” Portugal dos Pequenitos.


Fotografia: Micas Out/05

Não, não tem nada a ver, a única semelhança será a ideia em si, o retrato de um país em miniatura.
Esta ideia começou por ser um hobby para Roland Callingham, um conceituado economista londrino, que para fugir ao bulício da cidade, comprou em meados dos anos 20 uma propriedade em Beaconsfield, uma aldeia que fica a uns 50 kms de Londres.
Amante do modelismo que era, começou por construir alguns moldes de casas a uma escala de 1:12, que ia distribuindo pelo jardim.

Fotografia: Micas Out/05

Entretanto começou a ser incentivado por amigos e familiares, para que abrisse as portas dos jardins a toda a gente e partilhasse a arte que ali se fazia.
Ajudado pelo seu jardineiro, Tom Berry construiram mais algumas casas e transformaram a área num jardim de aspecto alpino.
A piscina foi transformada no lago principal de Bekonscot, com as suas duas ilhotas.

Fotografia: Micas Out/05

A Bassett-Lowke Railway Company, empresa mundialmente conhecida pelos seus fantásticos modelos de comboios para crianças, montou na altura a que foi a maior via-férrea alguma vez instalada num jardim do Reino Unido.
Foram os rapazes da escola local que ao longo dos anos ajudaram na manutenção da via-férrea e dos modelos dos trens.

Fotografia: Micas Out/05

Roland e Tom fizeram um arranjo final na paisagem com uma visão muito própria de como uma cidade e um país deveriam ser planeados urbanisticamente e, Bekonscot ficava assim preparada para abrir as suas portas ao público em 1929.

Fotografia: Micas Out/05

Milhares de visitantes acorreram ao local para apreciarem o seu próprio país em miniatura. Depois disso Bekonscot foi notícia de jornais e revistas em todo o mundo.
Não eram cobradas entradas, sendo o público convidado a deixar algum dinheiro para a caridade, se assim fosse de seu desejo.
A partir de 1932 a administração do espaço, foi entregue à Bekonscot Model Railway & General Charitable Association, passando a ser cobrada uma entrada aos visitantes. Contudo todo o lucro é distribuidos por várias associações de caridade e, até aos dias de hoje foram distribuidos qualquer coisa como £ 4,000,000.
É um local deveras interessante e bonito.

Fotografia: Micas Out/05

Onde se encontram modelos de casas, castelos e edifícios conhecidos de toda a Grã-Bretanha. Tudo está em movimento, os comboios, os barcos, teleféricos, as minas de carvão, onde até se pode encontrar uns bombeiros em pleno exercício da profissão.

Fotografia: Micas Out/05

As crianças divertem-se imenso ao mesmo tempo que podem aprender um pouco da história de um país.
Um paraíso para fotógrafos, fascinação para os amantes do modelismo, admiração para jardineiros, e um encanto para miúdos e graúdos!!!
Para uma visita panorámica, clicar aqui. Vale a pena!!!
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