Citações, Música, Fotografia, Desabafos, Notícias & Opiniões de uma Lusitana em Terras da Germânia

Freitag, Oktober 08, 2004

Jardins Proibidos

Com a alma atormentada e o corpo a dar sinais de fraqueza. Depois de um par noites assaltada pelos fantasmas do meu subconsciente que imperaram sob o sono e o cansaço, arrastei-me num último impulso de sobrevivência. Aproveitei as parcas forças que ainda me restavam, para com elas me transportar aos meus Jardins Proibidos.

Aqui onde o céu é sempre azul e o sol não pára de brilhar. Onde os pássaros de todas as cores do arco-íris me embalam em melodias celestiais. Onde a vegetação de verdes luxuriantes exala o mais enebriante aroma. Aqui onde me purifico e renasço.

A cascata de águas puras e cristalinas cantava uma canção de vida que me chamava. E já encantada pelo som da água que se derramava sobre as rochas, fechei os olhos e segui o chamamento.
A pele arrepiava-se ao toque daquela água que caía agora sobre mim, envolvendo-me como se de um abraço de amante se tratasse, purificando alma e corpo.
Devolvia-me a Paz perdida algures.

Aqui, neste Jardim onde só eu tenho a chave, imaginei-te. Sonhei-te. Senti-te. Levei-te pela mão a conhecer os meus recantos mais secretos. Entreguei-me e deixei que me fizesses tua, e por um momento o mundo foi só nosso.

Quisera dar-te a flor mais bela do Jardim, pensei numa rosa. Uma rosa branca. Não, tinha que ser ainda mais especial. Decidi-me por uma flor de magnólia, branca também. De pétalas perfeitas, carnudas e cheiro sedutor. Colhida já com as primeiras gotas de orvalho da noite que se avizinha. Sim, será esta a flor eleita.
Guarda-a, para que não esqueças nunca aquele momento mágico que foi só nosso (...)

[05-10-04]

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