Citações, Música, Fotografia, Desabafos, Notícias & Opiniões de uma Lusitana em Terras da Germânia

Montag, Oktober 24, 2005

Stokenchurch




Stokenchurch Village

“A man cannot but become pleased to find an account of persons that have long since possessed the places where he now resideth” - Thomas Delafield (1690-1750)







Não, não é sobre Londres que vou escrever.
Desta vez passei ao lado sem parar, o destino era outro e a ansiedade em rapidamente lá chegar era muita. Embora estivesse nos planos dar um salto à capital, já que do sitio onde me encontrava seriam apenas uns 30mn de carro, acabei por não encontrar vontade de ir.
Queria mesmo uns dias de paz, fugir do bulício e da opressão da cidade, do barulho e de tudo o que fizesse lembrar a vida apressada que levamos.

Fotografia: Micas Out/05

Stokenchurch, sim, até à data e de todos os sitios que já visitei, continua a ser um dos únicos locais onde parece que o tempo enganou os ponteiros do relógio, o lugar ideal para purificar o corpo e a alma.
Por muito se que esteja sem lá ir a sensação da chegada é sempre a mesma...um aconchego que nos abraça e nos lambe as feridas, um retorno à casa primeva, porque “casa” será sempre aquela que nos ajuda a (re)nascer e nos faz sentir vivos...

Stokenchurch é uma aldeia muito pequena que pertence a High Wycombe, localizada no condado de Buckinghamshire.
Os primeiros documentos que se conhecem datam de 1007 embora tenham sido encontrados vestígios na zona que confirmam a existência do povoado muito antes dessa data.

Fotografia: Micas

A sua história deve muito em parte à sua localização. No passado, começou por ser um local de paragem para a mudança de cavalos uma vez que se situa a meio caminho entre Londres e Oxford.
A velha estrada que atravessa a aldeia só foi construida em 1824.
A sua economia está fortemente ligada à agricultura, embora nos anos 30 tivessem existido sete ou oito firmas familiares fabricantes de cadeiras que depois eram entregues à maioria dos fornecedores de mobiliário inglês. Hoje em dia essas pequenas firmas já não existem, resta apenas a comunidade agrícola.

Fotografia:Micas

Stokenchurch é uma típica aldeia inglesa onde toda a gente se conhece pelo nome.

Fotografia: Micas Out/05

Lá, a palavra "stress" não entra no vocabulário, não há “night life” apenas os velhinhos e característicos pubs, datando o mais antido de 1550.

Fotografia: Micas/05

Não há fabricas nem fumos, não se ouvem sirenes nem carros de policia, não se vêem neons nem holofotes.
Local de residência escolhido por alguns excêntricos e figuras públicas como o conhecido Jay Kay vocalista dos Jamiroquay ou Mr. Bean que costumava passar temporadas por lá.

Fotografia: Micas Out/05

De poetas e pintores que encontraram nas suas paisagens bucólicas e românticas uma fonte de inspiração.

Fotografia: Micas Out/05

Paisagens onde o verde impera, salpicado de quando em quando pelo branco e negro dos rebanhos que pastam pelas colinas.

Fotografia: Micas Out/05

O Tamisa que se vai espreguiçando pelo vale, insinuando-se sedutoramente aos gansos e cisnes de porte altivo e real.

Fotografia: Micas Out/05

Também de paisagens escolhidas por realizadores de cinema pelo seu misticismo, como por exemplo algumas das filmagens do 007 - “Live another day” ou “Harry Potter”.

Fotografia: Micas Out/05

Um local onde a traça medieval ainda é visível em vários pontos, de pedras e musgos que nos murmuram ao ouvido uma linguagem de encantamento e de impressões intemporais.

Fotografia: Micas Out/05

Uma aldeia mística onde toda a gente tem histórias e lendas fantásticas para contar, mas isso ficará para outra postagem...

Nota: Devido a problemas informáticos, não tenho conseguido comentar nos blogs que habitualmente visito. Espero resolver o problema num curto espaço de tempo para que me seja permitido deixar um sinal da minha passagem pelos amigos da blogosfera.
Comments:

Montag, Oktober 17, 2005

Paisagens são sempre segredos sobre segredos

Fotografia: Micas - Entrada no porto de Dover 10-10-05


Sempre que viajo levo apenas o absolutamente necessário, por vezes esqueço-me de um ou outro objecto. Porém há duas coisas sem as quais seria impensável para mim de viajar; os olhos, olhos de ver e para ver e o coração para sentir e viver cada momento...
Porque ainda não houve tempo de traduzir em palavras tudo aquilo que vi e senti na última semana, deixo um poema de João Martim, que fala de viagens e do qual gosto particularmente.

"O medo pulsa dos corpos embarcados

às vezes se agarra ao cais imóvel

a aguardar ordens submisso

ou se perde numa nuvem incisiva e fatal

Aqui

nas dunas que me sustentam

nesta onda de sol molhado estendido

nada mais importa

nas paisagens assustadas pelos banhistas

apenas a tarde caíndo

os despojos de mais um dia de praia

e a luz amarela a pintar-nos o que ficou das areias.

Para lá da primeira água que nos toca

sempre fria

resta o silêncio da espuma no recuo do mar

e o planáltico brilho do quartzo

onde buscamos por marcas e afundamentos

sensações novas

enquanto a solidão fica derretida no sol

Está mais quente agora a água

tocada por gaivotas famintas que ardem

sinto-o porque sou de mar

sei dos oceanos as poucas palavras

que sobrevivem respirando

de praias não sei quase nada

paisagens são sempre segredos

sobre segredos

pintados ou não

todas as respostas estão aí

nessas estepes que guardam beijos enterrados

por entre a erva que lateja

a inutilidade das palavras

"João Martim - 2002"

Comments:

Sonntag, Oktober 09, 2005

Vai ser...




muito bom (re)tornar e rever bons "velhos" amigos...

See you all tomorrow night. Can't wait...
Comments:

Sonntag, Oktober 02, 2005

Breve Pausa

Fotografia: Micas - Agosto/05

Porque o começo de uma estação é sempre sinónimo de mudanças...
Porque por vezes faz falta parar para pensar...
Porque há prioridades na vida...

Esta “Casa” entra em hiato.

A todos os que por aqui passaram deixando o seu apoio e carinho, o meu sentido obrigada.
Bem Hajam e,

Até Já...
Comments:

referer referrer referers referrers http_referer